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Fatores que reduzem as expectativas a respeito do desempenho da economia para o próximo ano

Neste último trimestre do ano, as principais instituições financeiras passaram a prever um PIB menor, juros mais elevados e inflação mais alta também. Além disso, as situações do mercado de trabalho e da renda no próximo ano geram grande expectativa, pois são fatores que determinam o bem-estar da população e o desdobramento da próxima eleição, onde o atual presidente tentará uma reeleição.

O maior banco privado do país reduziu sua expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano: foi de 1,5% para 0,5%. Também passou a considerar um aumento no desemprego, com taxa de desocupação subindo de 12,1%, no final de 2021, para 12,5% em dezembro de 2022.

Saiba quais são alguns dos fatores que fizeram analistas financeiros reduzirem suas expectativas a respeito do desempenho da economia para o próximo ano:

Esgotamento do efeito da retomada dos serviços

Segundo economistas, o impulso gerado pela reabertura da economia este ano após o período de distanciamento social e isolamento provocados pela pandemia deve perder força no próximo ano, principalmente no setor de serviços.

Eles esperam que pelo menos alguns segmentos de serviços se recuperem conforme avança o programa de vacinação da população contra a covid-19, permitindo assim uma reabertura da economia e uma renovação no estímulo fiscal.

Menor crescimento da renda

Um outro fator citado por economistas para a redução das expectativas para o próximo ano é o crescimento desacelerado dos rendimentos da população. Essa visão se dá por conta do fim do auxílio emergencial, que não deve ser compensado pelo aumento esperado do valor do Bolsa Família e nem pelo emprego.

O aumento do desemprego previsto pelas instituições financeiras não sugere uma melhora para o desempenho da massa de renda. Para eles, a taxa média de desemprego somente voltará ao nível anterior à pandemia em 2023, e o nível de equilíbrio deve ser atingido em 2025. Uma visão um pouco negativa sobre as perspectivas para renda e mercado de trabalho à frente.

Desaceleração global

O crescimento da economia este ano foi impulsionado pela reabertura das cidades, pelo avanço da vacinação e a manutenção dos estímulos monetários por boa parte dos Bancos Centrais das economias maduras. Mas no ano que vem isso diminui, há uma expectativa de perda de ímpeto da economia global.

É previsto por alguns consultores um superávit recorde de US$ 76,6 bilhões para a balança comercial brasileira em 2021, que deve desacelerar a US$ 74,1 bilhões em 2022. Essa também é a visão de grandes bancos privados.

Inflação e juros em alta

A meta de inflação para 2022 é de 3,50%, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ou seja, acima do que era esperado pelos analistas financeiros, sugerindo que a inflação fique acima da meta por dois anos seguidos. Com isso, o Banco Central deve continuar subindo os juros, o que terá um efeito negativo sobre o consumo das famílias e o investimento das empresas.

No início do segundo semestre deste ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,87%, o que foi bem acima do esperado e o maior aumento para o período em 21 anos; a taxa acumulada em 12 meses chegou a 9,68%. Esse aumento foi elevado por conta do preço dos combustíveis e dos alimentos, dando aos economistas um sinal de que a inflação seria maior para este e o próximo ano.

Eleições conturbadas

Esse fator pesa e muito no pessimismo dos economistas para o próximo ano, pois há uma certeza de eleições bastante conturbadas. Segundo uma consultoria, caso a crise político-institucional continue a subir, a recuperação econômica perderá forças. Algumas situações podem agravar esse quadro, como a falta de soluções de problemas político-fiscais.

Piora da crise hídrica e possível racionamento de energia

Sim, esse também é um fator que piora as expectativas dos economistas – o agravamento da crise hidroenergética e o crescente risco de racionamento em 2022 – pois aumenta a inflação e reduz as perspectivas de crescimento econômico; e o baixo nível dos reservatórios é o principal fator de risco para essa estimativa. Algumas investidoras já revisaram suas projeções sobre a possibilidade de racionamento nos próximos 12 meses para 17,2% em 2022.

“A situação hídrica gera pressão adicional sobre a inflação corrente via aumento das contas de luz, e também sobre a dinâmica de preços do ano que vem, através da inércia resultante de um IPCA mais elevado e do risco de novas medidas que visem à redução do consumo de eletricidade”, essa foi a declaração de um dos principais bancos privados a respeito dessa crise.

Há uma perspectiva de melhora?

Por outro lado, o Banco Mundial divulgou recentemente que a economia brasileira deve crescer 5,3% ainda em 2021. Uma estimativa bem mais otimista que os 4,5% de incremento que a instituição projetava para o país no meio deste ano. Segundo o economista-chefe do Banco Mundial, a economia brasileira melhorou e, provavelmente, o crescimento chegará a 5,3% este ano. Essa previsão só é possível graças à aceleração da vacinação contra o coronavírus e à queda das mortes pela doença. Já em 2022 e 2023, o PIB brasileiro deve avançar cerca de 1,7% e 2,5%.

Um relatório do Banco Mundial apresenta um panorama econômico que dá ênfase às perspectivas pós-pandemia, levando economistas a se concentrarem nos problemas estruturais de longo prazo, reduzindo as incertezas no curto prazo.

“A boa notícia é que, com o ritmo mais acelerado de vacinação e a redução do número de mortes pela covid-19, a região está pouco a pouco saindo da crise e voltando a crescer. Apesar disto, e mesmo com alguns setores emergentes, a recuperação ainda é mais fraca do que esperávamos. A projeção de crescimento regional de 6,3% é insuficiente para reverter a queda de 6,7% de 2020, reativar as economias e reduzir a pobreza. Há países crescendo mais, outros menos, mas, na média, ainda não estamos recuperando o que foi perdido”, declarou o economista-chefe do Banco Mundial a respeito das perspectivas.

Nesse relatório do Banco Mundial, afirma-se que os índices de pobreza (medidos com base em uma renda domiciliar per capita de até US$ 5,50 por dia) aumentaram de 24% para 26,7% em toda a América Latina, considerando a média regional, apresentando assim um patamar mais alto em décadas, devido também aos custos sociais da pandemia.

“Os estudantes da região perderam de um a um ano e meio de aprendizado, e a queda no Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] da ONU superou aquela verificada durante a crise financeira [global, de 2008]. Uma boa notícia é que a campanha de vacinação vem ganhando força nos últimos seis meses e, embora ainda esteja longe dos índices almejados, já tem gerado uma redução nas mortes por covid-19 na maioria dos países”, enfatiza o relatório do Banco Mundial.

Segundo o relatório do Banco Mundial, o risco de uma piora na economia existe, mas na ausência desses fatores e dando continuidade ao processo de consolidação fiscal e das reformas pró-mercado, juntando os indicadores atuais e o conjunto de informações disponíveis, é possível concluir por um crescimento do PIB acima de 2% em 2022.

 

Fontes:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-10/banco-mundial-eleva-expectativa-de-crescimento-economico-do-brasil

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58566039

 

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